quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Enquanto a boca rir


Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
 

Como sabes ser doce e desgraçada!
 

Como sabes fingir quando em teu peito
 

A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
 

Adorada que amaram doidamente!
 

Quantas e quantas almas endoidecem
 

Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
 

Sem nunca o confessarem a ninguém
 

Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade. Dum rei;amor de sonho e de saudade,
 

Que se esvai e que foge num lamento!
 





Florbela Espanca

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