segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Todos os nomes se esbatem com o tempo. Tão certo como o destino. Agora, o que existem são muitas maneiras de isso acontecer. primeiro, temos aqueles cujo nome deixa de existir a partir do momento em que morrem. esses são fáceis. Cabe-nos chorar a sua morte: "O rio secou, os peixes morreram...", ou então: "As chamas cobriram os céus, incendiando a floresta e matando todas as aves". Seguem-se aqueles que se apagam como um televisor usado, deixando ver uma espécie de fantasmas tremeluzentes por cima da imagem.(...) e finalmente, temos aqueles nomes que se varrem da nossa memória ainda antes da hora da morte (...).
"Por mais que queira, nao me consigo lembrar do seu nome."
"Deixe estar, nao se preocupe. o nome nao tem importancia."
 apontando para a boca repetidas vezes, diz o outro:
"Está mesmo aqui, na ponta da língua, palavra de honra..."
Sinto-me como se estivesse enterrado no chão, apenas com metade do pé esquerdo de fora. as pessoas tropeçam e desatam a pedir desculpa. "Desculpe, está mesmo aqui,. debaixo da língua..."









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